segunda-feira, 25 de maio de 2015

CARTA ANÓNIMA


Recebi na passada sexta- feira, ao final da tarde, um saco de plástico transparente, contendo no interior uma carta, com um auto-colante cheio de nódoas, com o meu endereço mas sem remetente.

Abri a dita carta e pude ler,  num tipo de letra de computador, escrito em meia folha A4, meio escurecida pelo tempo, o seguinte texto, que transcrevo tal e qual como foi escrito:

""Aleixo tomei a iniciativa de lhe escrever pelo seguinte

Sou de Faro indo algumas vezes a Estoi onde lá amigos este fim de semana tive o conhecimento que vai haver uma homenagem ao saudoso PROF Amílcar Quaresma meu prof e amigo ficando a saber da sua participação nessa homenagem.

É uma afronta á sua memória o Aleixo sabe que o prof o detestava e sabe pelo qual o motivo a família não o suporta sendo amigo de um dos familiares do prof eu não posso acreditar que o Aleixo tenha o baixo nível de hipocrisia de estar presente nessa homenageia não venha estragar essa tarde á família e que vai estar presente.""


E esta heim!..

Vai uma pessoa a Lisboa, à festa do "seu Benfica", tendo dito isso mesmo à Eulália, responsável pela actividade poética para a qual me tinha convidado com muita antecedência e chega-me esta "força estranha", qual "dragão enraivecido", tentando cercear a liberdade de poder estar presente no acto poético, onde, entre outras coisas culturais, o trabalho do Prof. Amílcar Quaresma iria ser abordado... 

Parece-me que desconfio donde virá este tema!.. 

Quando se fala em "hipocrisia", soa-me a algo fedorento e mafioso ... 

Que pena tenho de ter que ir para Lisboa com o meu filho... Caso contrário não faltaria no Cinema Ossónoba, ai isso é que não. Não me amedrontam nem acobardam com cartas anónimas deste quilate!

Como se pode ver não estive presente, não foi por "cobardia" ou "medo" de gente anónima, sem classe, sem educação, sem pudor!



Infelizmente o professor Amílcar Quaresma, já não está entre nós, para poder confirmar ou desmentir aquilo que eu possa dizer sobre as nossas relações pessoais, por isso abstenho-me de fazer qualquer comentário sobre o assunto.

Quero apenas realçar que tendo já participado em vários eventos onde o professor foi homenageado, nunca até hoje, tive qualquer palavra ou gesto de desconsideração por parte dos seus familiares, nem senti qualquer mal estar em relação à minha presença, o que tão pouco se justificaria.

Sem falsas modéstias, digo que sempre estive, estou e estarei disponível para a minha aldeia de adopção, que é Estoi, em prol da qual sempre trabalhei, mas por prazer, não à espera de qualquer reconhecimento ou promoção pessoal que não procuro!

Resta-me indicar o sitio onde guardarei esta anónima carta que como se pode calcular será o lixo!



(Joaquim Aleixo)  

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