domingo, 28 de fevereiro de 2016

JANTAR DE ENCERRAMENTO - CHAROLA CASA DO POVO DE ESTOI 2015-2016



Foi em ambiente de muita alegria que decorreu na Sexta-Feira, 26 de Fevereiro, o Jantar de encerramento da actividade da Charola da Casa do Povo de Estoi que teve lugar no Restaurante Convívio dos Cavaleiros,.

Presentes para além de quase todos os elementos da Charola, alguns familiares, patrocinadores, representantes da Casa do Povo, da União de Freguesias Conceição e Estoi, da União de Freguesias Sé e S. Pedro e o presidente do Município.

A festa encerrou com mais uma actuação da Charola, desta vez, mais descontraída.

Antes o Joaquim Aleixo, deixou uma mensagem de agradecimento que se pode ler em baixo e foram entregues aos elementos da charola uma foto de grupo e um DVD.
Foram ainda entregues algumas bandejas com gravação, aos patrocinadores e principais apoiantes, como forma de reconhecimento pelo apoio prestado.

No final foi também simbolicamente entregue uma rosa a cada mulher presente na sala.




""Minhas senhoras e meus senhores. 

Ilustres convidados que nos quiseram honrar com a vossa presença.

Sr. Presidente da C.M.Faro, Dr. Rogério Bacalhau, Sr. Joaquim Teixeira, Presidente da União de Freguesias de Faro (Sé / S.Pedro, Sr. JoséAntónio Jerónimo, Presidente da União de Freguesias Conceição e Estoi, Sr. Vitor Major, Vice-presidente da União de Freguesias Conceição e Estoi e esposa, Sr. Duarte Baião, Dirigente dos Órgãos Sociais da Casa do Povo de Estoi.

Representando os nossos fiéis patrocinadores, todos Estoienses, uma saudação amiga para a D. Assunção Martinho e Esposo,Sr. Luciano Martinho, D. Vanda e companheiro, D. Mariana e Sr. Vitor Silva, lamentando a impossibilidade de estar presente por questões de saúde, do Sr. José de Brito Júnior e por questões associativas do nosso querido amigo Arménio Aleluia Martins.

Num abraço solidário e amigo, saúdo a Equipa dirigente da Charola, constituída pelos inseparáveis companheiros, Maria das Dores, Valério Pires, António Serôdio e José Pedro Soares, sem eles, tudo o que foi feito não seria possível.

Seja-me permitido desde logo saudar e agradecer à restante Equipa charoleira, unidos e coesos até final das 32 actuações que tivemos, representando com elevado brio e aplaudido entusiasmo, a bandeira da mais antiga Casa do Povo do Algarve, quer em Estoi, Bordeira, Conceição de Faro, Olhão, Tavira, V.N.Cacela, Faro, Loulé, Quarteira, S.B.Messines, Paderne, Moncarapacho e Parragil.

O Responsável musical, autor e compositor, o acordeonista Luis Parente e esposa Natália, que de S.B.Messines se deslocaram, pelos seus meios, ao longo de 13 ensaios, à sua terra natal. Dele e da sua criatividade, as músicas e os versos que adoptámos e a condução musical da totalidade dos ensaios realizados em Estoi, na Casa do Povo.

O jovem Guilherme, muitas vezes acompanhado pelo pai, aqui presente e namorada, que de Paderne abraçou Estoi, entrou pela primeira vez no mundo charoleiro, vindo do folclore local.

A sempre cativante e de voz maviosa Cátia Correia, que da Picota, concelho de Loulé, veio ajudar Estoi e a Casa do Povo, aqui acompanhada, como sempre, pelos seus simpáticos pais. Para lá do canto, as castanholas também trinaram nas suas mãos fininhas.

O artista romeno Manda, há anos radicado em Portugal, excelente saxofonista, morador em Olhão, “animador de rua”, onde o fui “contratar”, que soube ter que pagar, às Câmaras Municipais onde exerce a sua criatividade (Faro, Olhão, Loulé e Tavira), uma “taxa” pelos metros quadrados que ocupa. Uma saudação e um sincero agradecimento ao Manda e sua simpática esposa, aqui presente. A universalidade da Charola também é isto!

Embora ausente, no seu país de origem, não poderei esquecer o excelente, sério, competente e assíduo violinista romeno Adriano, também ele contratado na Rua de Santo António, residente em Olhão e nas mesmas condições do amigo Manda. Daqui um forte abraço de todos nós.

Na “Caixinha do Menino”, a nossa “Ministra das Finanças”, como sempre a distingui, a nossa Emilia Brito, responsável parcial pela excelente recolha de moedinhas e algumas notas, que a exaurida população algarvia sempre nos veio dando.

Suprindo por algumas vezes a ausência da Emilia Brito, por questões de natureza profissional, tivemos o apoio da Natália Parente e do jovem António Paula Brito, que se esmeraram por não deixar ninguém de moedas a tilintar nos bolsos. Os seus intentos foram conseguidos.

Nos ferrinhos, com a mestria que os muitos anos de actividade musical lhe conferem, em especial na dinâmica folclórica regional, donde provêm, tivemos o nosso Zeca Barão, quantas vezes impedido de se apresentar aos ensaios, por questões de saúde e que todos desejamos possam ser rapidamente ultrapassadas.

A “pancadaria”, como graciosamente é conhecida, teve nos pandeiros, o Joaquim Farrobal Soares, exímio na arte de bem tocar o pandeiro, de ouvido apurado e batida assertiva, meneando a cabeça reprovando qualquer falha que detectava, é, sem dúvida, elemento de destaque e conhecedor, não fosse ele filho do saudoso acordeonista Luis Parente, pai desta trilogia de “charoleiros” (Luis, Joaquim e Zé Pedro). Nas “Vivas” também não deixou os seus créditos por mãos alheias.

O Paula Brito, que acumulou também a função do canto novo, elemento assíduo e disponível, deu, com o seu contributo e arte, um apoio imprescindível ao grupo. Foi criativo e poético, porque soube deixar algumas vivas, em quase todos os lugares onde actuámos.

Tivemos ainda o Fernando Laranjeira, excelente tocador de pandeiro, com muita experiência, de ouvido apurado e atento, que quando proferia a conhecida palavra “Portugueses”… Era sinal de muita atenção e sorriso malicioso… Nas vivas, nada!

O Zé Pedro Soares, companheiro de longas jornadas e jogatanas, que comigo conduzia as viaturas que o Presidente Joaquim Teixeira nos emprestava, sempre disponível e pronto, paciente e cordato, tocou, com muita qualidade e estilo o pandeiro. Um competente e experiente tocador. De vivas, só no final – Vivaaa!

O Valério Pires, grande companheiro, que já muito tarde vim a privar de perto, um autêntico “Doutor Honoris Causa da Amizade pura, sincera, verdadeira”, é, sem sombra de dúvida, mai´la sua “Dorinhas”, o grande sustentáculo que me animou, estimulou e apoiou sempre. Sem ele, sem o casal, não voltaria mais a integrar uma Charola. (E sem ele!.. Sairei no final… )
Tocou pandeiro muitos anos, mas, por questões de necessidade, tocou esta época castanholas e disse, sem sombra de dúvida, as vivas mais hilariantes e adequadas ao tempo. Um exemplo para todos!

Nas castanholas estive eu também! Tentei cumprir, sem sair do tom, acumulando a função de apresentador da Charola. Fiz o que pude!

O companheiro António Serôdio, com o seu trinado muito próprio, de batida forte e seca, além de tocar muito bem, soube deixar nas plateias versos bonitos e aplaudidos, numa arte que vai cultivando e ampliando. Assíduo e pontual, deu um exemplo de gostar da arte de bem tocar nas Charolas.
Consigo trouxe-nos uma prenda preciosa, a nossa benjamim, sua netinha muito querida, sangue novo na dinâmica charoleira, que só na nossa “Aldeia Branca” é visível. A Matilde. Ela ali esteve sempre à frente, castanholas em riste, batendo com a graciosidade das deusas e o acerto dos dotados. Apoiem-na, estimulem-na, dêem-lhe asas…

O mundo está na infância e adulto só pode ser, quando desaparecer do povo, a ignorância.

Por necessidade e equilíbrio no grupo, a Belinha Parente, esposa do Joaquim, tocou também castanholas, muito embora seja no canto velho a sua maior vocação, não obstante as partidas que a garganta por vezes lhe prega e uma inoportuna lesão antiga que a privou nalgumas actuações, em especial nas ruas por onde andámos.

Deixei para o último, a nossa “Dorinhas”, uma adorável “tia” que já não temos, uma cativante e adorável Senhora, de uma dedicação tremenda, minha confidente em dias e dias de abatimento, companheira inseparável de há longos anos, no mundo das Charolas, mulher adorada do nosso “Valerinho”, que me dão o grato prazer de os ter por amigos e que visito semanalmente em sua casa humilde mas acolhedora.

Obrigado Amiga por essa postura e pela demonstração de cativante simpatia que tem tido por mim e por minha mulher Helena e, afinal, por todos os “sobrinhos” da Charola, que muito a estimam.

Creio que agora devo e devemos uma palavra de estímulo, de desculpa pela ausência de noites e dias em que estivemos ao serviço da nossa bandeira, da Casa do Povo e da nossa aldeia, às nossas esposas, nossos filhos, nossos netos, por via de uma actividade cultural ancestral, vinda dos nossos antepassados, quem sabe se um dia catalogada, muito justamente, Património Imaterial da Humanidade, assim haja alguém que as candidate e promova. 

Queridas mulheres, companheiras, namoradas, queridos filhotes e netinhos, as nossas homenagens aqui deixo, ou eu não me chamasse Aleixo… Saberemos compensá-las nos restantes dias do ano.

Muito mais, mas mesmo muito, haveria ainda para dizer e informar. Tenho-o escrito em dezenas e dezenas de páginas de relato minucioso e fidedigno daquilo que vivemos. Não é o local e o momento para o dar ao conhecimento de todos. Saberemos ser dignos e imparciais no final que está chegando.

Orgulho-me, orgulhamo-nos, estou certo disso, daquilo que fizemos nestes dois anos, onde dei e demos total dedicação a esta causa. Soubemos evitar despesa para quem trabalhámos.

Suprimos e compensámos quem de nós requereu apoio, graças à preciosa ajuda dos nossos amigos patrocinadores, das Entidades que nos receberam, do povo anónimo e simples que nos ajudou, aplaudindo e dando a “esmolinha” tão desejada e agradecida.

Ao Patricio, sua mãe, D. Cidália e seu pai, Sr. Virgílio, o nosso agradecimento sincero, pela refeição que nos serviram, extensível à Equipa de trabalho que os apoia e faz desta Casa uma das mais requisitadas da Região, gente simples, honesta e trabalhadora. Muito Obrigado.

As 12 bandejas que a nossa Charola mandou preparar, premiaram quem mais nos ajudou. Esta Casa é uma delas. 

Terei agora, o subido prazer de convidar a vir a meu lado, a “Dorinhas” e a Matilde, representando a nossa Charola, para entregarmos duas dessas bandejas de Reconhecimento / Gratidão, para que sejam entregues aos Senhores Presidentes da C.M.Faro, Dr. Rogério Bacalhau, que nos cedeu graciosamente, um autocarro de 27 lugares, na deslocação a S.B.Messines e a Paderne, no dia 8 de Janeiro e o meu ilustre amigo Sr. Joaquim Teixeira, Presidente da União de Freguesias de Faro (Sé / S. Pedro), pela cedência, na esmagadora maioria dos dias solicitados, de uma e por vezes duas viaturas de 9 lugares, numa preciosa ajuda a Estoi, carente de ter à sua disposição, como já o deveria ter e há dinheiro em depósito para isso, uma Viatura Comunitária, com a ajuda do povo Estoiense e residente por esse mundo fora.

Informo, em remate, que idênticas bandejas foram oferecidas à D. Odete Moleiro (Quinta da Bemposta), Soc.Recreativa Bordeirense, Café Pinto de Bordeira, União de Freguesias de Conceição / Estoi, C.M.Tavira, Convívio dos Cavaleiros, Luis e Natália Parente e Casa do Povo de Paderne, pelo acolhimento especial que nos deram e apoio financeiro. 
Será entregue ao Sr. José de Brito Júnior uma outra, pela quantia suplementar que nos concedeu e teremos todo o prazer e orgulho em oferecer a última bandeja ao Centro Comunitário Padre Júlio Tropa no Coiro da Burra, testemunhando, através da sua Directora, Dr.ª Dora, o Reconhecimento e a nossa Gratidão à saudosa memória do filantropo Padre Júlio, que tinha um grande prazer em conviver connosco, sempre que nos recebia no Lar de Santa Bárbara de Nexe e neste mesmo local, viveu alguns momentos de alegria, dias antes do seu falecimento. Paz à sua Alma!

Termino dizendo, olhos nos olhos: 
-Na actual conjuntura, eu, Joaquim Aleixo, responsável convidado pela Direcção da Casa do Povo, decido por minha consciência, declinar qualquer convite para no futuro continuar a assumir este cargo.

Agradeço a todos os companheiros e amigos, a confiança e a ajuda que me deram. 
Muito e muito Obrigado. 

Faro, 26 de Fevereiro de 2016
O Responsável da Charola,
Joaquim Aleixo ""