Mais sol que sombra.
Parecia que daqui nunca tinha saído, no entanto, a aldeia mostrava-se, aos meus olhos, mais brilhante, mais solar.
As sombras, essas, pareciam mais suaves, ficando claro, para mim, que muito havia mudado.
As rotinas da minha aldeia estavam-me nas entranhas, o meu regresso a Estoi foi o retornar às origens, revivendo, in loco, as memórias da minha vivência.
No país floresceu o desejo de realizar obra em prol dos outros, com isso germinou uma sociedade mais fraterna.
Uma genuína vontade de ser solidário apossou-se desta gente, varrendo o país, como se fosse uma lufada de ar fresco, retirando o cheiro salazarento do passado.
Testemunhei, a cada dia, a espantosa transformação destas gentes, os esforços titânicos para recuperar o tempo perdido, culturalmente e socialmente falando. Foi emocionante perceber as mutações sociais e políticas que foram metamorfoseando os jovens desta terra, transformando-os em homens e mulheres mais solidários e mais cultos.
Todos eles arrancados do marasmo, pelas mãos de líderes respeitados, pela atitude de entrega às causas da liberdade e da cultura, muitos vultos anónimos, por esse país fora.
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